quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Faca de dois gumes
A internet, e em especial as redes sociais, são um excelente instrumento de comunicação não só entre amigos, mas também, um instrumento novo e estimulante de qualquer um ter a chance de publicar suas ideias e opiniões de forma gratuita, alcançando um grande número de pessoas que, talvez, não conseguiria alcançar se estas ideias e opiniões fossem publicadas nos meios de comunicação tradicionais, como jornais, revistas, livros.
Por outro lado, a internet é um meio inseguro tanto em relação a nossa segurança pessoal como em relação a nossos direitos de não termos nossas ideias e opiniões utilizadas por terceiros de forma incorreta e fraudulenta.
Num país onde o roubo e a fraude é um costume que começa vir de cima - basta dar uma olhadinha nas principais páginas dos jornais e revistas, impressos ou veiculados pela internet - nós, usuários deste moderno meio de difundir ideias e opiniões deveríamos ter uma pouco mais de cuidado tanto ao publicá-las como em apropriar-nos das de outrem. Pois, assim como algumas pessoas sabem buscar no Google, ou em outros sites de busca, publicações alheias para utilizarmos como nossas, também quem os recebe sabem fazer o mesmo para garantir a honestidade e sinceridade de quem os publica.
A tempo, vale dizer que apropriação de ideias e opiniões de terceiros, publicando-as sem a devida inclusão dos direitos autorais, é crime previsto por lei. Qual seja, LEI Nº12853, DE 14 DE AGOSTO DE 2013.

sábado, 19 de outubro de 2013


Hoje, 19/10/2013, comemora-se 100 anos do nascimento de Vinícius de Moraes.



Para que esta comemoração fique bem marcada, nossa escola C.E.Jornalista Tim Lopes, vai homenageá-lo com uma grande apresentação envolvendo todas as turmas no dia 18/11/2013.
As turmas 1001, 1002, 1003, 1004, 1005 e 1006, farão uma retrospectiva política da trajetória de Vinícius de Moraes. Cada turma deverá pesquisar os períodos da história política dele, conforme o esquema abaixo:

Turma 1001- Pesquisar de 1922 a 1945. Fatos a serem pesquisados: 
- Centenário da Independência do Brasil
- Levante dos 18 do Forte de Copacabana
Em 1922, com a Semana de Arte Moderna, novas ideias políticas chegam ao Brasil. Nasce o PCB (Partido Comunista Brasileiro).

Com a Crise de 1929, o então presidente, Washington Luis, paulista, prega uma política econômica para evitar que São Paulo se prejudique com ainda mais com a crise e nas eleições de março de 1930, lança Julio Prestes (também paulista) para dar continuidade ao cargo. Mas essa nomeação gera conflito com Minas Gerais, que não aceita um paulista como sucessor.

Minas Gerais cria a Aliança Liberal (AL) com Rio Grande do Sul, Paraíba e os tenentistas para propor um novo candidato. Porém, o mais influente de todos os tenentistas, Luis Carlos Prestes, não apoiou (pois agora ele era comunista). A AL então lança Getúlio Vargas como candidato, mas este perde as eleições.

Com o assassinato de João Pessoa (da Paraíba), a AL se decide pela revolução. E em outubro depõem Washington Luis e Vargas assume como chefe do governo. Este faz ruir as Oligarquias, eliminar o congresso e a CF. Substitui os governadores (menos o mineiro). Assim Getúlio aumentou seu poder.
 - Semana de Arte Moderna
- A Revolução de 1932
A Aliança Liberal (AL – que unia MG/PB/RS) após a revolução de 30 deixa de apoiar o governo provisório de Vargas e se juntam com SP para fazer uma revolução. Mas, antes da Revolução, voltaram atrás e só SP foi às ruas. Era um Revanchismo contra a Constitucionalização.

Em 1933, é votada uma Assembléia Constituinte (composta pelos chefes das oligarquias). Essa Assembléia monta em 1994 uma Nova Constituição. Esse congresso elege Vargas como presidente, começa, então, o governo Constitucional de Vargas.

Esse governo é marcado pela instabilidade política e por uma radicalização ideológica: nesse período temos o sucesso econômico dos governos autoritários (como nazismo e fascismo) e a decadência de países potências (crise de 1929). O comunismo também estava em alta: em 1922 nascia o PCB, em 1928 o PN (nazista) e em 1932 o PIB (integralista).

Em janeiro de 1935, surge o Manifesto da Aliança Nacional Libertadora (ANL): por um governo revolucionário e popular. Vargas torna essa Aliança ilegal e subversiva. Em novembro de 1935 a Aliança cria uma Rebelião (Intentona Comunista).

Para barrar isso, Vargas espalha o pânico e o medo do comunismo e instala o Estado de Sitio. Então cria o Tribunal de Segurança Nacional, quebra a estabilidade dos militares e isso gera a perda do legislativo e da liberdade individual (toque de recolher).

A idéia dele é aumentar seu poder, o poder executivo, e em 1937 instaura o Estado Novo (que vai até 1945). Após a declaração do Estado Novo, o congresso foi fechado, ele apresentou uma nova Constituição e decreta o fim dos partidos políticos. Para isso recebe o apoio do exército (Dutra e Does Monteiro).

O Estado Novo era um regime personalista e sem partido. Vargas investe pesadamente em industrialização na infraestrutura. Nesse período o governo se aproxima das massas, principalmente porque criou as leis trabalhistas e o salário mínimo.

Os jornais da época eram apolíticos, ajornalisticos.
- Primeiros poemas de Vinícius de Moraes e sua participação na política deste período.

Turma 1002: Pesquisar do ano de 1946 à 1954: A Era Vargas 2

1946/64 – REPÚBLICA POPULISTA
1946
– Posse de Dutra na Presidência.
1946
– Posse de Dutra na Presidência.
– Redemocratização do País, com a promulgação de uma nova Constituição, semelhante à de 1934 (principais diferenças: mandato presidencial de cinco anos, inexistência de deputados classistas e restabelecimento do cargo de vice-presidente da República, a quem cabe presidir o Senado).
1947
– Cassação do PCB e ruptura de relações diplomáticas com a URSS, dentro da política de alinhamento do Brasil com os Estados Unidos (contexto internacional: “Guerra Fria“).
1949
– Diante da crise provocada pela liberalização da economia (excessiva importação de supérfluos), o governo Dutra volta ao intervencionismo e elabora o Plano SALTE.
1950
– Eleição de Getúlio Vargas para a Presidência da República (posse noano seguinte).
1951
– Decreto presidencial impondo o limite de 10% anuais para a remessa de lucros de empresas estrangeiras instaladas no País.
1953
– Criação da Petrobras, empresa estatal com monopólio sobre a prospecção, extração e refinação de petróleo no Brasil, respeitando-se as refinarias já em funcionamento no País.

- Participação de Vinícius de Moraes neste período (o que ele fazia nestes anos e o que publicava).

Turma 1003 - Pesquisar de 1954 à 1959

1954
– Elevação do salário-mínimo em 100%.
– Campanha do jornalista Carlos Lacerda, filiado à UDN e diretor da Tribuna da Imprensa, do Rio de Janeiro, contra a administração de Vargas.
– Atentado contra Carlos Lacerda e morte do oficial da Aeronáutica que o acompanhava.
– Pressão militar para a renúncia de Vargas, que se suicida.
– O vice Café Filho assume a Presidência da República.

1955
– Eleição da chapa Juscelino Kubitschek (PSD) e João Goulart (PTB) para presidente da República e vice.
– A UDN e setores militares (sobretudo da Aeronáutica e da Marinha) manifestam-se contra a posse de JK.
– Café Filho licencia-se por enfermidade e seu substituto interino, Carlos Luz (presidente da Câmara dos Deputados), é deposto pelo general Teixeira Lott, favorável à posse de JK.
– O vice-presidente do Senado, Nereu Ramos, assume a Presidência interinamente, nela permanecendo até à posse de Juscelino.
– O Congresso aprova o impeachment do presidente Café Filho.

1956
– (1956/61) Presidência de Juscelino Kubitschek, que procura pôr em prática um Plano de Metas de sua autoria. Desenvolvimentismo e abertura do País às multinacionais.
– Criação do Grupo Executivo da Indústria Automobilística.
– Pela primeira vez o Brasil registrou mais gente na cidade que no campo.
– Priorizou transporte, energia, Criação e construção de Brasília...
– PIB cresce 7%
– Alta taxa de inflação.
- Teve estabilidade política pois tinha apoio dos setores: MILITAR (investia no armamento do exército e tinha contato com Lott), IMPRENSA/OPOSIÇÃO (tinha maioria no congresso) e TRABALHADORES (Os líderes de sindicatos eram do mesmo partido que o vice Jango)

1958
– Luís Carlos Prestes, na clandestinidade desde 1948, ressurge em público, evidenciando a crescente participação dos comunistas na vida política (infiltrados em outros partidos ou agindo abertamente como tais).

1959
– O Brasil rompe com o FMI.
– Criação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE).
– A inflação atinge o índice de 39,5% ao ano.

- Participação de Vinícius na política deste período e principais obras.

Turma 1004 - Pesquisar de 1960 a 1964

1960
– Inauguração de Brasília.
– Inauguração da Rodovia Belém–Brasília.
– Eleição elege Jânio Quadros (UDN) com 48% dos votos e Jango (PTB) como vice.

1961
– Jânio Quadros, eleito pelas oposições, toma posse na Presidência. O vice-presidente é João Goulart, do PTB (na época, a eleição para presidente e vice não era vinculada).
– Supressão dos subsídios concedidos por JK às importações de trigo (pão) e de petróleo (gasolina) que dobrou o preço. O Brasil reata relações com o FMI.
– “Política externa independente” em relação aos Estados Unidos: o Brasil vota contra a expulsão de Cuba da OEA e Jânio condecora o ministro cubano “Che” Guevara.
– Crescente oposição conservadora (líder: Carlos Lacerda) e renúncia de Jânio Quadros.
– Crise institucional. A cúpula das Forças Armadas se opõe à posse do vice João Goulart na Presidência. Solução de compromisso: Ato Adicional à Constituição de 1946, instituindo o sistema parlamentarista.
– Posse de João Goulart (“Jango”), como chefe de Estado. Tancredo assumia como 1º Ministro.
> Com a crise e uma política de contenção, Jânio Quadros ganha impopularidade, até mesmo dentro de seu partido. Por ter minoria no congresso, seu governo se torna ingovernável. Sua renuncia era um “golpe” para voltar ao poder, mas não ocorreu como ele esperava.
> Janio esqueceu que governava um país e criava leis locais (no Rio) e moralistas, como proibir o uso de biquíni.
> A crise institucional ficou conhecida também como “10 dias que abalaram o Brasil”: ministros do exército queriam renúncia de Jango e Brizola gerou movimento “legalista” para impedir isso. O congresso para amenizar e evitar uma guerra civil, instaura o parlamentarismo, que iriam até 1965, porém, por dificuldades no sistema, foi adiado o referendo para 1963.

1963
– Referendo restabelece o sistema presidencialista.
– Crescente esquerdização do governo Goulart. Jango propõe as “Reformas de Base” (agrária [principal foco], bancária, administrativa, universitária e das Forças Armadas).
No célebre comício da Central do Brasil, no Rio de Janeiro (13/3/1964), Jango discursou para dezenas de milhares de participantes; em tom de desafio, o residente assumia o compromisso público de realizar as Reformas de Base. Com isso, despertou o temor dos setores conservadores e criou as condições para o golpe militar de 31 de março.
> Com a volta do presidencialismo, voltou-se também para o ano de 1961: crise. O plano econômico trienal de Jango não vingou por falta de capital estrangeiro. Com esse fracasso, o presidente vai para a extrema esquerda (antes era uma esquerda moderada). Para mobilizar o “povão”, inicia-se os grandes comícios, que geraram um temor nos conservadores.

1964
– Golpe militar, apoiado pelos setores conservadores da vida política e da sociedade civil, contra João Goulart, que foge do País. O Congresso elege o marechal Humberto Castelo Branco presidente da República. Antes da eleição de Castelo Branco, o “Alto Comando da Revolução” põe em vigor o Ato Institucional nº 1, que autoriza o governo a cassar mandatos e suspender direitos políticos por dez anos. Fim da REPÚBLICA POPULISTA e início dos GOVERNOS MILITARES (1964/85).

 -Participação de Vinícius de Moraes neste período e suas obras.         

Turma 1005 - Pesquisar de 1964 à 1969

1965
– Cassação de inúmeros líderes políticos, sindicais e estudantis, com destaque para João Goulart, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e Leonel Brizola.
– Queda da inflação, que no final do governo Goulart alcançara o índice de 100% ao ano.
– Após a vitória de candidatos da oposição para os governos estaduais da Guanabara, Minas Gerais e Goiás, o presidente Castelo Branco edita o Ato Institucional nº 2, que extingue os partidos políticos existentes e institui o bipartidarismo, consubstanciado na ARENA (partido da situação) e MDB (partido da oposição).
1966
– Em fevereiro, Castelo Branco edita o Ato Institucional nº 3 (eleições indiretas para os governos estaduais) e em dezembro, o Ato Institucional nº 4 (convocação extraordinária do Congresso para aprovar um novo projeto constitucional).
1967
– Janeiro: o Congresso Nacional promulga nova Constituição, de acordo com o projeto constitucional encaminhado pelo governo. Carlos Marighella forma a Aliança Libertadora Nacional, organização clandestina voltada para a luta armada contra o governo.
– Março: o Congresso aprova a Lei de Seguranca Nacional. O segundo presidente militar, marechal Costa e Silva, assume o governo.
– Setembro: Carlos Lacerda e Juscelino Kubitschek lideram a formação de uma “Frente Ampla” (com adesão de João Goulart, exilado no Uruguai) exigindo anistia, uma Assembléia Constituinte e eleições diretas.

- Participação de Vinícius de Moraes neste período e suas obras.

Turma 1006 - Pesquisar de 1970 a 1980

1970
– Maio: a OBAN dá origem ao DOI-CODI (Departamento de Operações e Informações – Centro de Operações de Defesa Interna) – aparelho repressivo organizado pelos militares, com apoio das polícias estaduais.
– Julho: o Brasil ganha o tricampeonato mundial de futebol.
– Novembro: a ARENA vence as eleições legislativas; entretanto, os votos nulos e brancos alcançam a marca de 30%.
1971
– Morte de Carlos Lamarca, que organizara uma guerrilha rural no Vale do Ribeira (SP).
1972
– Auge do “Milagre Brasileiro”.
1973
– Na cúpula das Forças Armadas, os “castelistas” conseguem lançar a candidatura do general Ernesto Geisel à Presidência, contra os desejos da chamada “linha dura”.
– Fim da guerrilha do Araguaia, último episódio da luta armada contra o regime militar.
1974
– Março: o general Ernesto Geisel assume a Presidência da República. Em seu governo, tem início a abertura política, que o próprio Geisel define como “lenta, gradual e segura”.
– Novembro: eleições para as Assembleias Legislativas Estaduais e para o Congresso Nacional, com o MDB obtendo expressiva votação.

1975
– Apesar de um certo abrandamento da censura à imprensa, ocorrem inúmeras prisões de elementos considerados subversivos. O jornalista Vladimir Herzog é morto sob tortura nas dependências do DOI-CODI de São Paulo.
1976
– Janeiro: morre no DOI-CODI de São Paulo o operário Manuel Fiel Filho; o presidente Geisel afasta o comandante do II Exército.
– O ministro da Justiça, Armando Falcão, põe em vigor a determinação conhecida como “Lei Falcão”, que limita o acesso dos candidatos ao rádio e à televisão durante a campanha eleitoral.
O movimento das Diretas-Já congregou todos os segmentos da sociedade civil, numa das maiores campanhas da nossa História. A esperança da maioria da população morreria no Congresso Nacional, onde a Emenda Dante de Oliveira foi derrotada; restava, apenas, a eleição indireta no Colégio Eleitoral.
1977
– Geisel destitui o general Sílvio Frota, ministro do Exército e principal representante da “linha dura”. Entrada em vigor do “Pacote de Abril”, que estabelece um mandato de seis anos para o próximo presidente da República e cria os “senadores biônicos” (eleitos por voto indireto, em número de um senador por estado).
1978
– Maio: greve dos metalúrgicos do ABC, na Grande São Paulo.
– Outubro: extinção (mas não revogação) do AI5.
1979
– Março: o general João Batista Figueiredo assume a Presidência daRepública. Nova greve dos metalúrgicos do ABC mobiliza 180.000 operários.
– Agosto: o projeto de anistia política é aprovado pelo Congresso.
– Reforma partidária e extinção da ARENA e do MDB.
1980
– Libertação dos presos políticos e autorização para os exilados retornarem ao País.

-Participação de Vinícius de Moraes neste período e suas obras.

As turmas dividir-se-ão em grupos de até 6 alunos e farão a pesquisa. A apresentação dos trabalhos deve ser em forma de cartazes ou power-point. 


Bibliografia que poderá ser consultada:

- Sites:
http://www.viniciusdemoraes.com.br
http://www.brasilescola.com/literatura/vinicius-moraes.htm
http://www.e-biografias.net/vinicius_de_moraes/

- Jornal O Globo de 13/10/2013 (com a professora Jussara)


- E outras fontes que vocês tiverem acesso


Quaisquer dúvidas entrem em contato comigo pelo blog ou pelo facebook.

sábado, 5 de outubro de 2013

Spray aos baldes

Historiador diz que a polícia da ditadura militar era menos violenta que a atual PM carioca - transformada, segundo ele, em guarda do poder

05 de outubro de 2013 | 15h 37

Felipe Werneck - O Estado de S. Paulo
RIO - Desde junho, o professor titular de História Contemporânea da UFRJ Francisco Carlos Teixeira da Silva acompanha de perto as manifestações no Rio. Ele prepara com o documentarista Eryk Rocha, filho de Glauber, um filme sobre o que acontece nas ruas. Na terça, porém, sua proximidade com o tema chegou a deixá-lo sem respiração. Silva recebeu um jato de pimenta de um spray gigante, recente aquisição da Polícia Militar, e precisou tirar a camisa e cobrir o rosto para se proteger das bombas de gás lançadas pelos policiais na Cinelândia.
'O jato parecia de extintor. Pus a camiseta na cara', diz o professor - Marcos de Paula/Estadão
Marcos de Paula/Estadão
'O jato parecia de extintor. Pus a camiseta na cara', diz o professor
O professor diz que o Rio virou o epicentro dos protestos no País por ser uma cidade essencialmente de classe média e porque houve total falta de sensibilidade das autoridades e perda de governabilidade no Estado. Também afirma não temer comparações entre o que ocorre hoje e os protestos estudantis do período militar: "A polícia da ditadura era menos violenta do que a polícia do governador Sérgio Cabral".
Especializado em história social, com pós-doutorado na Alemanha, Silva criou o Laboratório de Estudos do Tempo Presente da UFRJ e foi subsecretário de Educação no governo Brizola, na década de 1980. Conhece bem a causa dos professores, em greve há 51 dias. Para ele, o plano de cargos e salários da categoria do prefeito Eduardo Paes é "absurdo", assim como sua aprovação por uma Câmara de Vereadores sitiada. "Me deixa perplexo que o Legislativo não tenha tido pudor em continuar legislando com a rua tremendo de bombas."
O refluxo da maré
"Está claro que o Rio virou o epicentro das manifestações. Embora tenham começado em Porto Alegre e explodido em São Paulo, as maiores ocorreram no Rio. Teve um refluxo, mas nunca parou. E abriu-se um período de greves setoriais. A bancária é muito forte. O Rio centralizou isso porque, em primeiro lugar, é uma cidade de classe média, de funcionários, ao contrário de São Paulo, com base operária. Em segundo, porque houve total falta de sensibilidade e perda de governabilidade. A qualquer momento outra categoria pode explodir. Além disso, o Rio se tornou uma das cidades mais caras do mundo, com especulação imobiliária enorme, favorecida pelo governo. É possível que o governador, quando deixou black blocs e moradores de rua quebrarem muito em julho, tenha tentado afastar a classe média do movimento. Agora a coisa voltou. Outro elemento virou clamor público. Quando o Choque entrou na terça, a população gritava: "Cadê o Amarildo?". O nível de desmoralização é muito grande.
Secundarista, professor, universitário
"Falaram que havia mascarados. Vou te dizer: eu pus a camiseta na cara. Recebi um jato de pimenta que parecia de extintor, um troço industrial. A sensação é de paralisia respiratória. A maioria dos que tinham algo no rosto estava sem camisa. Era proteção contra o uso indiscriminado de bombas. Havia black blocs, mas não estavam quebrando. Depois duas agências bancárias foram destruídas, mas a PM já batia muito. Era uma reação. A maioria absoluta era de secundaristas, professores e universitários. Não tenho relação pessoal com o Black Bloc nem quero ter. Mas houve uma inflexão dos black blocs, uma mudança na atuação.
Casa sem pudor
"Tanta repressão, só vi uma vez na Bolívia e outra em Beirute, mas nunca no Brasil. Foi brutal. Me deixa perplexo que o Legislativo não tenha tido pudor em continuar legislando com a rua tremendo de bombas. A função da PM foi de uma guarda pessoal do poder convocada para cumprir não a lei do Estado, mas a vontade do dirigente. Fuzileiros navais fizeram o controle de multidão no Haiti, em situação bem mais difícil, sem esse tipo de ação. Quando o Choque entrou na Rio Branco e foi vaiado intensamente, deram tiro de escopeta para o alto. São funcionários públicos agindo como pretorianos do governador e do prefeito.
O PT e a guarda pretoriana
"É interessante ver o PT se transformar em partido que apoia o uso de guarda pretoriana para votar uma lei. O que o Rio está mostrando é que o PT perdeu as ruas. Se a oferta de um ministério ao Cabral se configurar, fica claro o total desdém da Dilma. Seria suicídio político.
Velho é o poder
"Lamentei que dois amigos, oriundos do PC, tenham dito que black blocs fazem o jogo da direita. É o que se falava na ditadura. Se nos anos 1970 eu brigava contra a PM e agora continuo brigando, sou jovem. Quem é velho é o poder. Estive em manifestações na Cinelândia em 1973 e 74. A polícia era menos violenta. Estou falando sério. A polícia da ditadura tinha mais critério e era menos violenta do que a polícia do Cabral."

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Carta de alunos estaduais sobre o SAERJ

SAERJ NÃO - Educação não é mercadoria

Sabemos que o sistema estadual de ensino não está cumprindo suas obrigações. Há escolas sem livros didáticos para todos, ar-condicionados, quadras, professores para todas as matérias, ou seja, escolas que não fornecem um ambiente adequado. E os mais prejudicados somos nós, alunos. 
O SAERJ é uma prova externa que esconde o abandono das escolas estaduais do Rio de Janeiro. Se você parar para pensar, alunos com formações diferentes, que passaram meses sem aula de matemática e português, por exemplo, ou que estudam em situação precária (escolas sem a mínima infraestrutura para fornecer ao estudante o conhecimento necessário) realizam a mesma prova que alunos que assistem aulas regulares. 
E não é só isso. O sistema de bonificação aos profissionais das escolas que apresentarem melhores desempenhos deixa clara a tentativa do governo de esconder a real situação da educação pública. A meritocracia (forma de atuação baseada no mérito) é um sistema usado em empresas, entretanto, estamos falando de escolas, onde são formados cidadãos de carne e osso. Precisamos deixar claro que não somos uma mercadoria! A culpa de termos escolas com resultados diferentes não é do professor, nem dos alunos. Ela é do estado, que deixou suas instituições de ensino em péssimas condições, e agora, usa de todos os meios para criminalizar o professor que, nesse sentido, perde a autonomia de avaliar o aluno.

Quantas vezes você se deparou com uma matéria que não estava estudando no bimestre ao fazer a prova do SAERJ? Isso acontece porque O SAERJ, como todos sabem, exige currículo mínimo, criado sem considerar a participação amplamente democrática dos professores e suas diversas realidades. Além de atrapalhar o planejamento, O SAERJ tira a autonomia deles ao impor a aplicação de determinados conteúdos sem consultá-los. Os problemas da educação de nossa rede não serão identificados por uma simples prova bimestral! 
Em alguns lugares, falam que a prova vale nota, ou que será usada para somar com o ENEM, e por isso, é obrigatória. Isso não é verdade! É decisão do aluno fazer ou não a prova! Oficialmente, o SAERJ não pode valer nota por ser uma avaliação diagnóstica, e muito menos interferir na pontuação do ENEM, porque são avaliações distintas. Por isso, orientamos a todos que desejam ter uma educação verdadeira e de qualidade a não fazerem a prova e apoiarem as lutas que estão sendo feitas para termos um melhor espaço escolar no presente e no futuro!
Eu assumo a responsabilidade e digo que sou a favor SIM do BOICOTE AO SAERJ JÁ! 
Eu NÃO VOU FAZER o SAERJ por considerá-lo um ato de autoritarismo do governador Sérgio Cabral! Liberdade não tem preço! Liberdade se conquista! Sem liberdade não se cria! O SAERJ destrói a liberdade para ensinar e aprender! O SAERJ valoriza a competição e deixa de lado a solidariedade! Esvazia a escola de objetivos, democracia, criatividade e espírito crítico! Tudo se restringe a cumprir metas que não contam com a participação dos professores, responsáveis e, principalmente, dos alunos! Fazer o SAERJ ou qualquer outra prova externa é admitir-se como responsável pelo fracasso escolar, cujo verdadeiro culpado é o governo e seus interesses!

OBS: Se você se sentir obrigado a fazer a prova por medo de perder alguns pontos, recomendamos que NÃO MARQUE OU RASURE (marcar duas opções na mesma questão, ou marcar de lápis) O CARTÃO DE RESPOSTA, FAÇA APENAS O CADERNO DE QUESTÕES que será corrigido por seu professor.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

AVALIAÇÃO DE SOCIOLOGIA - 3º BIM/2013.

Para a avaliação desse bimestre, como os professores do Estado continuam em greve, peço que assistam o vídeo abaixo, de Gabriel O Pensador e façam o que se pede abaixo:
a) Elaborem uma redação de no mínimo 15 linhas sobre o assunto abordado por Gabriel O Pensador nesta música:
b) Continuem a letra da música escrevendo outros versos que estejam dentro do assunto, a partir da sua realidade.

Trabalho em grupo de 5 alunos.
Valor: 10 pts.
Pode ser digitado ou postado aqui no Blog.
Entrega: 26/09/2013, pelo Blog ou pessoalmente. Neste dia estarei na escola para receber os trabalhos mesmo que a greve continue.

http://www.youtube.com/watch?v=1nIiOU1qDUg



Até Quando?

Gabriel O Pensador

Não adianta olhar pro céu
Com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer
E muita greve, você pode, você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão
Virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus
Sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer!
Até quando você vai ficar usando rédea?!
Rindo da própria tragédia
Até quando você vai ficar usando rédea?!
Pobre, rico ou classe média
Até quando você vai levar cascudo mudo?
Muda, muda essa postura
Até quando você vai ficando mudo?
muda que o medo é um modo de fazer censura
Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!!)
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!!)
Até quando vai ser saco de pancada?
Você tenta ser feliz, não vê que é deprimente
O seu filho sem escola, seu velho tá sem dente
Cê tenta ser contente e não vê que é revoltante
Você tá sem emprego e a sua filha tá gestante
Você se faz de surdo, não vê que é absurdo
Você que é inocente foi preso em flagrante!
É tudo flagrante! É tudo flagrante!!
A polícia
Matou o estudante
Falou que era bandido
Chamou de traficante!
A justiça
Prendeu o pé-rapado
Soltou o deputado
E absolveu os PMs de Vigário!
A polícia só existe pra manter você na lei
Lei do silêncio, lei do mais fraco
Ou aceita ser um saco de pancada ou vai pro saco
A programação existe pra manter você na frente
Na frente da TV, que é pra te entreter
Que é pra você não ver que o programado é você!
Acordo, não tenho trabalho, procuro trabalho, quero trabalhar
O cara me pede o diploma, não tenho diploma, não pude estudar
E querem que eu seja educado, que eu ande arrumado, que eu saiba falar
Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá
Consigo um emprego, começa o emprego, me mato de tanto ralar
Acordo bem cedo, não tenho sossego nem tempo pra raciocinar
Não peço arrego, mas onde que eu chego se eu fico no mesmo lugar?
Brinquedo que o filho me pede, não tenho dinheiro pra dar!
Escola! Esmola!
Favela, cadeia!
Sem terra, enterra!
Sem renda, se renda! Não! Não!!
Muda que quando a gente muda o mundo muda com a gente
A gente muda o mundo na mudança da mente
E quando a mente muda a gente anda pra frente
E quando a gente manda ninguém manda na gente!
Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura
Na mudança de postura a gente fica mais seguro
Na mudança do presente a gente molda o futuro!
Até quando você vai ficar levando porrada,
até quando vai ficar sem fazer nada
Até quando você vai ficar de saco de pancada?
Até quando?

quarta-feira, 10 de abril de 2013


TEXTO PARA PROVA DO 2º ANO.

O Trabalho nas Diferentes Sociedades
Nelson Dacio Tomazi
O TRABALHO NAS SOCIEDADES TRIBAIS
A ideia de trabalho, como uma coisa separada das outras atividades, é algo que não existe nessas sociedades, isto porque as atividades vinculadas à produção nas sociedades tribais estão associadas aos ritos e mitos, ao sistema de parentesco, às festas, às artes, enfim a toda a vida social, econômica, política e religiosa. O trabalho separado das outras coisas não tem sentido, não tem valor em si.
As sociedades tribais com as mais diferentes estruturas sociais, políticas e econômicas possuíam uma organização do trabalho em geral baseado na divisão por sexo,em que os homens e mulheres executavam atividades diferentes. Os seus equipamentos e instrumentos são muitos simples e rudimentares, ainda que muito eficazes, classificando-os como sociedades de economia de subsistência e de técnica rudimentar. Essas sociedades não só tinham todas as suas necessidades matérias e sociais plenamente satisfeitas, como também dispunham de mínimo de horas diárias vinculadas à atividade de produção, sendo classificadas como "sociedades do lazer", ou as primeiras "sociedades de abundância". O fato de se dedicar menos tempo às tarefas vinculadas à produção não significa que se tenha uma vida de privações. Ao contrario, essas sociedades viviam muito bem alimentadas. É importante ressaltar que isso foi antes do contato com o "mundo civilizado".
A explicação para o fato de trabalharem muito menos que nós, está no modo como se relacionam com a natureza. Não são os homens que produzem ou caçam, pois eles simplesmente recebem aquilo que precisam da mãe "natureza". Por outro lado, há um profundo conhecimento do meio que vivem o que faz com que conheçam as plantas, os animais, a forma como crescem, reproduzem. Não se tem a ideia de que se deve produzir mais para poupar ou acumular riquezas. A sua riqueza está na vida e na forma como passam os dias.
O aspecto mais importante das comunidades tribais é o sentido de unidade existente no cotidiano dessas sociedades.

O TRABALHO NA SOCIEDADE GRECO-ROMANA
Os gregos faziam uma distinção clara entre o trabalho braçal, o trabalho manual, e atividades do cidadão que se discute e resolve os problemas da sociedade.Os gregos possuíam três concepções para a ideia de trabalho: labor, poiesis e práxis. Para
labor entendia-se o esforço físico voltado para a sobrevivência do corpo, sendo, portanto, uma atividade passiva e submissa ao ritmo da natureza. Em poiesis a ênfase recai sobre o ato de fabricar, de criar alguma coisa ou produto através do uso de algum instrumento ou mesmo das próprias mãos.  Praxis é aquela atividade que tem a palavra como seu principal instrumento, isto é, que utiliza o discurso como um meio para encontrar soluções voltadas para o bem-estar dos cidadãos. É necessário que se entenda a questão da escravidão no interior dessas sociedades. A sociedade greco-romano não era constituída somente de escravos e senhores, apenas a quarta parte da mão-de-obra era escrava, pois havia uma serie de outros trabalhadores. Mesmo assim a escravidão caracteriza essas sociedades, uma vez que todos os trabalhadores viviam, de uma forma ou de outra, oprimidos pelos senhores e proprietários. Nessas 
sociedades, o escravo era propriedade de seu senhor e, portanto, podia ser vendido, doado, trocado, alugado,não só ele, mas todos da família e todos os bens que porventura tivesse.
Para a maioria dos escravos, a finalidade precípua de suas vidas era tornarem-se livres, mesmo que isso não lhes desse a condição de cidadão, já que só o seriam se tivessem bens e propriedades. Havia uma classe de ricos e notáveis senhores que viviam de renda e eram desobrigados de qualquer atividade que não fosse à arte de discutir os assuntos da cidade e o bem-estar dos cidadãos. Por isso a escravidão era tão fundamental nessas sociedades, pois era o trabalho escravo que dava o suporte material para que os cidadãos não precisassem viver do suor de seu rosto.

O TRABALHO NA SOCIEDADE FEUDAL
O fim do Império Romano do Ocidente fez com que todo aquele imenso território, antes mantido unido por Roma e seus exércitos, se fragmentassem a tal ponto que surgissem muitas formas de organização social e política, dependendo das condições de cada região naquele momento. Mas, apesar desse fracionamento e de toda a diversidade de estruturação do sistema feudal, podem-se definir algumas características predominantes nesse sistema: a terra é o principal meio de produção, e as principais relações sociais desenvolvem-se em torno dela, uma vez que se tem uma economia fundamentalmente agrícola. Mas a terra não pertence aos produtores diretos,pertencem aos senhores feudais, devidamente hierarquizados. Os trabalhadores têm direito ao usufruto e à ocupação das terras, mas nunca à propriedade delas. Os senhores através de laços feudais, tem direito de arrecadar tributos sobre os produtos ou sobre a própria terra. Uma rede de vínculos pessoais de direitos e deveres e de honra entre os senhores, e entre estes e os servos, em que uns trabalham em regime de servidão, no qual não se goza de plena liberdade, mas, também, não se é escravo. O que há é um sistema de deveres para com o senhor e deste para com os seus servos. A sociedade feudal é uma organização social que se estrutura em estamentos, e estes tem uma relação entre si muito diversa e complexa.
Os servos além de trabalharem em suas terras, eram também obrigados a trabalhar nas terras do senhor, bem como na construção e manutenção de estradas e pontes. Essas obrigações se chamavam corveia. Havia uma serie de outras obrigações que os servos tinham para com os senhores, como um imposto que se pagava por pessoa e atingia unicamente os servos. O censo era outro imposto, mas esse era pago somente pelos homens livres. A tacha era uma taxa que se pagava sobre tudo o que se produzia na terra e atingia todas as categorias dependentes. As banalidades consistiam em outra obrigação devida ao senhor, e eram pagas pelos servos e camponeses pelo uso do moinho, do forno, dos tonéis de cerveja e pelo fato de, simplesmente, residirem na aldeia. Os senhores feudais e o clero viviam do trabalho dos outros. Algo parecido com a sociedade greco-romana, ainda que em outras condições históricas.
As associações dos trabalhadores de diferentes ofícios são traços marcantes da sociedade feudal.
Havia uma regulamentação que estabelecia o conceito de oficio, criava os mecanismos de controle da profissão e ainda determinava um grupo de conselheiros encarregados de fazer observar os estatutos da associação. Essas associações se tornaram conhecidas como corporações de ofícios. No topo da escala da corporação encontrava-se o mestre, que controlava o trabalho de todos os que faziam parte de uma determinada corporação, encarregando-se de pagar os direitos ao rei ou ao senhor feudal e de fazer respeitar todos os compromissos com a corporação. Abaixo dele vinha o oficial, que ocupava uma posição entre o mestre e o aprendiz. O aprendiz, que ficava na base dessa hierarquia, devia ter entre 12 e 15 anos e pertencer a um só mestre. Segundo a concepção feudal, com base na Igreja Cristã, o trabalho era uma verdadeira maldição e deveria existir somente na quantidade necessária à sobrevivência, não tendo nenhum valor em si mesmo.

O TRABALHO NA SOCIEDADE CAPITALISTA
Como o trabalhador se transforma em mercadoria
Trabalho se transforma em força de trabalho quando se torna uma mercadoria que pode ser comprada e vendida. E, para que ele se transforme em mercadoria, é necessário que o trabalhador seja desvinculado de seus meios de produção, ficando apenas com a sua força de trabalho pra vender.
O processo que levou à desvinculação entre o trabalhador e seus meios de produção foi longo e está relacionado com todas as transformações que permitiram a constituição do modo de produção capitalista. Vários foram os fatores que concorreram para que houvesse essas transformações. Os mais significativos foram os cercamentos das terras comunais e a expropriação dos camponeses, o que permitiu a liberação de terras para a produção de lã, bem como a expulsão de milhares de pessoas sem trabalho para cidades, ou seja, pôde-se dispor de muita matéria-prima e, ao mesmo tempo, de um exercito de pessoas que possuíam apenas a sua força de trabalho para vender. O processo resultante da conjugação de todos esses fatores passou a ser conhecido com acumulação primitiva do capital. É dessa forma que um grupo de pessoas conseguiu acumular riquezas e ter dinheiro nas mãos para aplicar em empreendimentos voltados para fabricação de mercadorias em outra escala de produção e com a finalidade de vender exclusivamente.Com isso financiaram e organizaram a produção de mercadoria através de duas formas de coordenação do processo de trabalho dos artesões: ou reunia os artesões de um determinado oficio em um mesmo local de produção ou eles podiam trabalhar dispersos por vários locais, inclusive na sua própria casa. Entretanto, quem definia o que produzir e quanto produzir era o dono do capital, que financiava tudo.
A cooperação simples é o processo no qual os trabalhadores ainda mantém a hierarquia da produção artesanal, entre o mestre e o aprendiz. Neste sistema o artesão ainda desenvolve, ele próprio, todo o processo produtivo. A diferença é que agora ele está à serviço de quem lhe financia não só a matéria-prima como até mesmo alguns instrumentos de trabalho, e ainda define o local e as horas a serem trabalhadas.
A manufatura ou a cooperação avançada é a segunda forma de organizar a força de trabalho antes da forma especificadamente capitalista. Na manufatura há a dissolução inicial desses processos de trabalho baseados nos ofícios. O trabalho artesanal continua sendo a base, só que reorganizado e decomposto através da fragmentação de suas tarefas, definindo assim uma nova divisão de trabalho. Nessa cooperação no final de uma produção se tem um produto que foi produzido por vários artesãos, mas por nenhum em particular. A manufatura é o segundo passo para que surja o trabalho coletivo.

MUDANÇA NA CONCEPÇÃO DE TRABALHO
Ate então o trabalho foi sempre visto como uma verdadeira tortura, entretanto, as mudanças ocorridas nas relações sociais fizeram com que o trabalho passasse a ser visto como o criador de toda a riqueza.
A Reforma Protestante desenvolveu uma analise que alteraria o pensamento cristão sobre o trabalho. Na nova visão a profissão de cada um passa a ser vista como vocação, e a preguiça, como uma coisa perniciosa e má, que se contrapõe à ordem natural do mundo. O trabalho passa a ser encarado como uma virtude, e ao se trabalhar arduamente, pode-se chegar ao êxito na vida material, o que é expresso nas bênçãos divinas sobre os homens. O cristão protestante deve levar uma vida ascética, e costumes simples, e o que se pode poupar deve ser reinvestido no trabalho, dessa forma gerando mais oportunidade para outros trabalharem. Nessa concepção, a riqueza em si não é condenável, mas sim aquilo a que ela pode levar: o não-trabalho, o desfrute ostentatório e a preguiça que ela pode causar.

TRABALHO E CAPITAL: UMA RELAÇÃO CONFLITUOSA
A cooperação simples e a manufatura são dois momentos que precederam e que possibilitaram a emergência de um novo modo de produzir: a maquinofatura, ou seja, a produção de mercadorias por meio de maquinas reunidas num mesmo local: a fábrica. A mecanização revoluciona o modo de produzir mercadorias, não só pelo fato de incorporar as habilidades dos trabalhadores, mas também porque os subordina a maquina. A fonte de energia está fora deles. Este, agora, serve a maquina, ela o domina, dá-lhe o ritmo de trabalho. O trabalhador ao necessita ter um conhecimento especifico sobre algum oficio. Ele não precisa ter qualificação determinada.
Aparentemente,o que vemos entre o capitalista e o trabalhador é uma relação entre iguais, uma relação entre proprietário de mercadorias, que se dá mediante a compra e a venda da força de trabalho.
O trabalhador ao assinar um contrato para trabalhar numa determinada empresa,está dizendo ao seu proprietário que se dispõe a trabalhar, por exemplo, oito horas diárias, por um determinado salário. O capitalista passa a ter direito de utilizar essa força de trabalho no interior da fábrica. O que acontece é que o trabalhador, em apenas cinco ou seis horas de trabalho, produz um valor correspondente ao seu salário total, sendo o valor produzido nas horas restantes apropriado pelo capitalista. O que se produz nessas horas restantes chama-se mais-valia, que faz com que o capitalista enriqueça rapidamente.Esse processo denomina-se acumulação de capital. Para obter mais lucros, os capitalistas aumentam as horas de trabalho, gerando a mais-valia absoluta, ou, passam a utilizar equipamentos e diversas tecnologias para tornar o trabalho mais produtivo, decorrendo daí a mais-valia relativa.
Os conflitos entre os capitalistas e os operários aparecem a partir do momento em que os trabalhadores percebem que es-tão trabalhando mais e que estão cada dia mais miseráveis. Essa forma de analisar a questão do trabalho na sociedade capitalista foi desenvolvida por Karl Marx.
Existe outro pensador, Émile Durkheim, que analisa as relações de trabalho na sociedade capitalista de forma diferente. Para ele, há dois tipos de solidariedade: a mecânica e a orgânica. A solidariedade mecânica deriva da aceitação de um conjunto de crenças e de tradições comuns. O que une as pessoas não é o fato de uma depender do trabalho da outra, mas toda uma gama de sentimentos comuns.
A orgânica, ao contrario, pressupõe não a identidade, mas, a diferença entre os indivíduos nas suas crenças e ações. 

terça-feira, 9 de abril de 2013


TRABALHO DO 1º BIM/2013 - 2ª SÉRIE

ENTREGA: 24/04

TEXTOS SOBRE A ORIGEM DA PALAVRA TRABALHO

TRABALHO (DUPLAS)

1) Explique como grande parte das sociedades tribais entendia e/ou entende o trabalho.

2) Explique qual a mudança que a Reforma Protestante de Martinho Lutero provocou em relação à concepção do trabalho e ao acúmulo de bens e riquezas. Justifique sua resposta.

3) Coloque  (V) para verdadeiro e (F) para falso.

(     ) Na Grécia Antiga era considerado escravo, o indivíduo que tivesse tão pouca alma, ou seja, a pessoa que nada mais tem a oferecer que o uso de sua força e seu corpo;
(      ) O trabalho nas sociedades indígenas não estava separado das relações míticas, religiosas ou festivas;
(      ) A Igreja Católica, na Idade Média, valorizava o trabalho braçal, pois o trabalho árduo era um sinal de sacrifício corporal. Por esse motivo, todas as pessoas precisavam trabalhar muito - independente de sua classe social - para purificar suas almas;
(     ) O indígena tem no trabalho produtivo apenas uma atividade que se integra às tantas outras que fazem parte de sua vida diária. Assim, os indígenas possuem outra concepção de trabalho que se diferencia da cultura de trabalho da sociedade moderna industrializada;
(   ) Trabalhar, para o cidadão romano, era extremamente necessário, pois todos acreditavam que o trabalho dignificava o homem;
(     )  Na sociedade industrializada, a qualificação profissional é condição de possibilidade para conseguir um bom trabalho e ter uma estabilidade financeira;
(      ) Na atualidade, não existe mais exploração do trabalho. Todas as pessoas podem escolher onde querem trabalhar e ganham exatamente por aquilo que elas produzem.





QUESTÕES PARA TRABALHO (DUPLAS)

1- Por que os portugueses não obtiveram sucesso na escravização dos índios Brasileiros?

2- O Brasil recebeu um grande número de imigrantes de todas as partes do mundo.Isso ajuda a explicar a miscigenação do povo brasileiro. Por que os imigrantes escolheram vir para o Brasil?

3- Apresente algumas características que identifiquem os trabalhadores abaixo e dê exemplos:

a) Funcionário Público:

b) Trabalhador assalariado:

c) Trabalhador autônomo:

4) Haviam muitos Quilombos no Brasil. O mais importante deles foi o Quilombo dos Palmares. Explique o que são Quilombos e destaque alguns motivos que contribuíram para o seu surgimento?

segunda-feira, 25 de março de 2013

TRABALHO PARA O 1º BIMESTRE DE 2013 - 3ª SÉRIE DO EM
Leia o texto abaixo e responda as perguntas que o seguem.
Suas respostas devem ser acrescentadas aos comentários do texto, até o dia 18/04/2013.
O trabalho pode ser feito em grupo de até 5 alunos. Não esqueça, no fim das respostas de colocar o nome dos alunos do grupo.

Concepções de Estado e Poder Político
De Autoria do Professor Elias Meira

Papel do Estado no exercício de cidadania
As condições mínimas para as pessoas conseguirem uma qualidade de vida aceitável dentro dos parâmetros de cidadania vão além da manutenção da vida orgânica, dada pela satisfação das necessidades alimentares e nutricionais elementares, estando também intimamente ligadas à obtenção de renda e de educação com qualidade, pois sem esses princípios, a inserção na sociedade e no mundo do trabalho, torna-se precária.
A falta de participação política torna os indivíduos submissos a uma dimensão do destino enquanto condição que não dá para mudar, que despolitiza as relações sociais e remete a solução dos problemas a uma esfera que não é possível se vencer, sobre a qual os indivíduos perdem a capacidade de controle, situando-se fora do domínio da história. Tanto a aceitação do destino como fatalidade como o não acesso, pela falta de renda, aos bens materiais e simbólicos que a sociedade pode oferecer, são formas expressivas de manifestação da exclusão social.
Ao Estado Moderno é atribuída uma função redistributiva, pois ele deve assegurar as políticas globais e articuladas como moderadoras das desigualdades sociais e econômicas e de responder ao aumento das demandas no contexto de uma maior divisão do trabalho e expansão do mercado, na sociedade de massas. A educação é, portanto, dever do Estado e direito do cidadão, pois sendo concebida como valor social, reflete-se como instrumento da sociedade para efetivar o processo de formação e construção da cidadania.
Assim, temos no Brasil, uma política social paralela à ação estatal, por vezes contra ou independente dela, temos uma população passiva que não possui vigilância cívica e nem conquista histórica para isto; temos uma política social que diz querer acabar com a miséria, sem a participação dos miseráveis; a sociedade civil age timidamente perante um Estado prepotente e burocrático. Em suma não temos uma cidadania efetiva capaz de controlar as ações do Estado.
O Estado até pode desenvolver políticas sociais de valor popular, reformista e avançado, mas no fundo ele não trabalha para o popular, no sentido de redistribuir renda e poder, é apenas mais uma forma tecnocrática de ação, ou seja, de políticas compensatórias.
Os investimentos sociais do Estado brasileiro possuem características de exclusão, pois, as políticas sociais representam medidas compensatórias que remediam a situação da população. Os interesses econômicos prevalecem sobre os interesses sociais, não tendo, as políticas públicas, destaque na agenda governamental, configurando, assim, um crescente agravamento das condições gerais da população. Um exemplo são as políticas públicas de educação, saúde e habitação, onde as propostas criadas não mexem no cerne das questões. Os projetos sociais relacionados àquelas políticas públicas, não envolvem a construção de uma cidadania efetiva e o desenvolvimento do processo emancipatório e de autonomia do indivíduo, eles são "paliativo" e de caráter imediato.
O Estado assume uma posição hegemônica no contexto das políticas sociais, diante dos setores excluídos tornando visíveis as suas contradições, pois, o confronto entre iguais e desiguais se dá na arena pública e civil. O processo de cidadania é obstaculizado por políticas sociais assistencialistas, que planejam reduzir as desigualdades, porém, na prática elas não chegam a se efetivar.

O que é Estado e quais os tipos de Estado?
Estado é uma instituição organizada politicamente, socialmente e juridicamente, ocupando um território definido, normalmente onde a lei máxima é uma Constituição escrita, e dirigida por um governo que possui soberania reconhecida tanto interna como externamente. Um Estado soberano é sintetizado pela máxima "Um governo, um povo, um território". O Estado é responsável pela organização e pelo controle social, pois detém, segundo Max Weber, o monopólio legítimo do uso da força.

Tipos de Estado:

O Estado Ditatorial é a preponderância de um grupo armado que impõe força sobre a sociedade. Os valores do grupo nem sempre refletem os da sociedade. Os indivíduos da sociedade são levados a concordarem com as idéias dominantes. Os grupos marginalizados são perseguidos quando manifestam suas idéias contrárias ao poder dominante. Há tendência num Estado ditatorial de preservar o poder dentro do grupo, restringir liberdade, restringir as formas de pensamento dos administrados, isolacionismo em relação à influência de outros Estados e a limitar a carta magma, quando existente, num conjunto de regras que atenda apenas a elite que apóia a forma de governo.
O Estado Democrático é o pluralismo de idéias. Os grupos mais organizados da sociedade de maior dimensão levam vantagens na distribuição da estrutura de poder. São criados critérios para que os indivíduos de uma sociedade possam estar aptos a escolher administradores que melhor representem os desejos de uma sociedade. Em populações onde o grau de escolaridade é baixo, existe uma tendência dos administrados a seguir pelo carisma fisionômico dos candidatos no processo de escolha dos representantes do povo. Na democracia a força está na vontade da maioria que legitima um grupo a representar a sociedade por um espaço definido de tempo.

Modelo de Estados Modernos e de Economia Contemporânea
Estado Liberal

Significa dizer que cada um faça a sua parte e que o mercado em seu conjunto faz o seu, sem prejudicar a quem quer que seja, é como se fosse uma mão invisível atuando para que tudo se ajuste, ou se acomode de forma natural.
O Estado liberal espera que as coisas se modifiquem sem uma intervenção individual, ou de grupo, e ao mesmo tempo se ajustem de tal forma que as coisas se relacionem de forma natural, sem que o Estado tenha a sua intromissão direta no processo de produção, como também no consumo, visto que as liberdades individuais devem ser respeitadas para que tudo se acomode de forma comum e simples.
No Estado onde o governo influencia cada vez menos na economia.
Neoliberalismo
Introdução 
Podemos definir o neoliberalismo como um conjunto de idéias políticas e econômicas capitalistas que defende a não participação do Estado na economia. De acordo com esta doutrina, deve haver total liberdade de comércio, livre mercado, pois este princípio garante o crescimento econômico e o desenvolvimento social de um país.
Surgiu na década de 1970, através da Escola Monetarista do economista Milton Friedman, como uma solução para a crise que atingiu a economia mundial em 1973, provocada pelo aumento excessivo no preço do petróleo.
Características do Neoliberalismo, princípios básicos:
·    Mínima participação estatal nos rumos da economia de um país;
·    Pouca intervenção do governo no mercado de trabalho;
·    Política de privatização de empresas estatais;
·    Livre circulação de capitais internacionais e ênfase na globalização;
·    Abertura da economia para a entrada de multinacionais;
·    Adoção de medidas contra o protecionismo econômico;
·    Desburocratização do Estado: leis e regras econômicas mais simplificadas para facilitar o funcionamento das atividades econômicas;
·    Diminuição do tamanho do Estado, tornando-o mais eficiente;
·    Posição contrária aos impostos e tributos excessivos;
·    Aumento da produção, como objetivo básico para atingir o desenvolvimento econômico;
·    Contra o controle de preços dos produtos e serviços por parte do Estado, ou seja, a lei da oferta e demanda é suficiente para regular os preços;
·    A base da economia deve ser formada por empresas privadas;
·    Defesa dos princípios econômicos do capitalismo.
Críticas ao neoliberalismo
Os críticos ao sistema afirmam que a economia neoliberal só beneficia as grandes potências econômicas e as empresas multinacionais. Os países pobres ou em processo de desenvolvimento (Brasil, por exemplo) sofrem com os resultados de uma política neoliberal. Nestes países, são apontadas como causados pelo neoliberalismo: desemprego, baixos salários, aumento das diferenças sociais e dependência do capital internacional.
Pontos positivos
Os defensores do neoliberalismo acreditam que este sistema é capaz de proporcionar o desenvolvimento econômico e social de um país. Defendem que o neoliberalismo deixa a economia mais competitiva, proporciona o desenvolvimento tecnológico e, através da livre concorrência, faz os preços e a inflação caírem.

Estado de Bem-Estar Social
Estado de bem-estar social é um tipo de organização política e econômica que coloca o Estado como agente da promoção (protetor e defensor) social e organizador da economia. Nesta orientação, o Estado é o agente regulamentador de toda vida e saúde social, política e econômica do país em parceria com sindicatos e empresas privadas, em níveis diferentes, de acordo com a nação em questão. Cabe ao Estado do bem-estar social garantir serviços públicos e proteção à população.
Esta forma de organização político-social, que se originou da Grande Depressão, se desenvolveu ainda mais com a ampliação do conceito de cidadania, com o fim dos governos totalitários da Europa Ocidental, nazismo, fascismo etc. com a hegemonia dos governos sociais-democratas e, secundariamente, das correntes euro-comunistas, com base na concepção de que existem direitos sociais indissociáveis à existência de qualquer cidadão.
Pelos princípios do Estado de bem-estar social, todo o indivíduo teria o direito, desde seu nascimento até sua morte, a um conjunto de bens e serviços que deveriam ter seu fornecimento garantido seja diretamente através do Estado ou indiretamente, mediante seu poder de regulamentação sobre a sociedade civil. Esses direitos incluiriam a educação em todos os níveis, a assistência médica gratuita, o auxílio ao desempregado, a garantia de uma renda mínima, recursos adicionais para a criação dos filhos etc.

Questões para Estudo Dirigido:
1)    Destaque a descubra o significado das palavras que você não conhece.
2)    Quais as conseqüências apontadas pelo autor para a ausência de participação política?
3)    Qual a função do Estado Moderno para o autor do texto?
4)    Quais os principais defeitos das ações do Estado Brasileiro para o autor do texto?
5)    Qual o conceito e os dois tipos de Estado segundo o autor do texto? Exemplifique.
6)    Quais as características no Neoliberalismo?
7)    Quais podem ser os pontos positivos e negativos do Neoliberalismo?
8)    Qual é o papel do Estado na política do Estado de Bem Estar Social (EBES)?
9)    Qual a origem do EBES?
10)    Quais os direitos do Cidadão no EBES?